sábado, 16 de agosto de 2008

DIAS, Reinaldo. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2006.

O ser humano, dentre todas as espécies animais existentes, é a apresenta a maior capacidade de adaptação ao ambiente natural, e pode ser encontrado no deserto mais caustificante, no frio continente antártico, nas profundezas da floresta amazônica, sob o oceano ou voando na atmosfera e além dela. 01

Para superar suas limitações, o homem aprendeu a criar ferramentas que multiplicavam suas capacidades limitadas, e ao mesmo tempo compreendeu que a sua resistência ao meio ambiente hostil era mais facilmente superada com a formação de grupos, que, organizados em torno de um objetivo, multiplicavam suas capacidades individuais. 02

... o trabalho é uma atividade desenvolvida pela espécie humana para modificar a natureza e adaptá-la para a satisfação de suas necessidades. 02

Desse modo o trabalho humano, em sua essência, tem como objetivo maior a manutenção da espécie humana no ambiente natural, melhorando as suas condições de existência, ou seja, a sua qualidade de vida. 03

... há mais de 8.000 anos, os homens aprenderam a domesticar os animais e a plantar sementes selecionadas , o que permitia maiores e melhores colheitas ao longo de ano. 03

Quanto maiores as aglomerações humanas, mais destrutivas eram do ponto de vista ambiental. E, nesse estágio de crescimento acentuado da população humana, muitas espécies desapareceram gradativamente onde o homem construía em ritmo acelerado o seu próprio ambiente. 04

As concentrações urbanas, ao destruírem o ambiente natural, e recriarem um ambiente propício ao homem, provocam também a adaptação dos organismos que existiam nos ambientes naturais, os quais passam a conviver no espaço humano, como pragas, que se multiplicam quase sem controle, além de inúmeros microorganismos que transmitem doenças. 05

A Revolução Industrial, que teve seu início na Inglaterra no século XVIII e rapidamente se espalhou por outros recantos do planeta, promoveu o crescimento econômico e abriu as perspectivas de maior geração de riqueza, que por sua vez traria prosperidade e melhor qualidade de vida. 05

A industrialização trouxe vários problemas ambientais, como: alta concentração populacional, devido à urbanização acelerada; consumo excessivo de recursos naturais, sendo que alguns não renováveis (petróleo e carvão mineral, por exemplo); contaminação do ar, do solo, das águas; desflorestamento, entre outros. 06

A exploração industrial do meio ambiente manteve-se sem contestação durante todo o século XIX e a maior parte do século XX. A visão equivocada de que os recursos naturais eram ilimitados e estavam à disposição do homem somente começou a ser questionada e exigiu maior reflexão da humanidade na década de 70, quando a deterioração ambiental e a possibilidade de esgotamentos de determinados recursos naturais se tornaram mais evidentes. 07

Um dos problemas mais visíveis causados pela industrialização é a destinação de resíduos de qualquer tipo (sólido, líquido ou gasoso) que sobram do processo produtivo, e que afetam o meio ambiente natural e a saúde humana. 07

O relatório (O Estado Real das águas no Brasil – 2003/2004) aponta que a principal fonte de contaminação no país é o despejo de material tóxico proveniente das atividades agroindustriais e industriais, que são responsáveis pelo consumo de 90% das águas e que são devolvidas contaminadas após o uso. A pesquisa apontou 20.000 áreas contaminadas no país. 09

Até o ano de 1962, os problemas derivados da relação do homem com o meio ambiente foram abordados de forma muito superficial. Nesse ano, Rachel Carson publicou o livro Silent Spring (Primavera Silenciosa), que teve enorme repercussão na opinião pública e que expunha os perigos de um inseticida, o DDT.12

Alguns eventos importantes ocorridos em 1968:
Fundado em abril, o Clube de Roma,formado por especialistas de dez países que tinha por objetivo inter-relacionar os componentes variados como os econômicos, políticos, sociais e políticos; sensibilizar os gestores para a problemática ambiental.
A Assembléia das Nações Unidas, nesse ano de 1968, decide pela realização, em 1972, na cidade de Estocolmo, na Suécia de uma conferencia mundial sobre Meio Ambiente Humano.
Em setembro, em Paris, a UNESCO realiza um conferência sobre a conservação e o uso racional dos recursos da biosfera que estabelece o lançamento, em 1971, do programa Homem e a Biosfera (MAB).

Os objetivos (do MAB) do programa, conforme descrição da UNESCO, são:
“proporcionar os conhecimentos fundamentais das ciências naturais e das ciencas sociais necessários para a utilização racional e a conservação dos recursos da Biosfera e para o melhoramento da relação global entre o homem e o meio, assim, como para prever as conseqüências das ações de hoje sobre o mundo de amanhã, aumentando assim a capacidade do homem para ordenar eficazmente os recursos naturais da biosfera”. 14-5

O Clube de Roma, por sua vez, empregando fórmulas matemáticas e computadores para determinar o futuro ecológico do planeta, previu um desastre a médio prazo... os alimentos e a produção industrial iriam declinar até o ano de 2010 e, a partir daí, como conseqüência haveria diminuição da população por penúria, falta de alimentos e poluição. 15

A Conferência de Estocolmo, por outro lado, embora não tenha sido convocada explicitamente para discutir o desenvolvimento, tornou-se um fórum de debates entre diferentes posições dos países do Norte e do Sul. 16

Outro mérito da Conferência foi o de lançar as bases para a abordagem dos problemas ambientais numa ótica global de desenvolvimento, primeiros passos do que viria a se constituir mais tarde no conceito de desenvolvimento sustentável. 17

A Conferência da ONU em 1972 gerou a Declaração sobre o Ambiente Humano e produziu um Plano de Ação Mundial, com o objetivo de orientar a preservação e a melhoria no ambiente humano. Um outro importante resultado do evento foi a criação do Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (PNUMA), encarregado de monitorar o avanço dos problemas ambientais no mundo. 17

Em 1983, a Assembléia Geral da ONU, como reflexo do aumento crescente das preocupações ambientais,criou a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD)... com o objetivo de examinar as relações entre meio ambiente e o desenvolvimento e apresentar propostas viáveis.18

A CNUMMAD (Rio-92) ocorreu 20 anos após a Conferência de Estocolmo e concentrou-se em identificar as políticas que geram os efeitos ambientais negativos. Concluiu ela, de forma eloqüente, que a “a proteçao ambiental constitui parte integrante do processo de desenvolvimento, e não pode ser considerada isoladamente deste”. O meio ambiente e o desenvolvimento são duas faces da mesma moeda com nome próprio, desenvolvimento sustentável, o qual “não de constitui num problema técnico, mas social e político”. 19

Em dezembro de 2000, a Assembléia Geral das Nações Unidas resolveu que a CDS (Comissão sobre Desenvolvimento Sustentável) serviria de Órgão Central organizador da Cúpula Mundial de Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio+10, que ocorreria em Johannesburgo... foram produzidos dois documentos relevantes: a Declaração de Johannesburgo sobre o Desenvolvimento Sustentável e o Compromisso de Johannesburgo para um desenvolvimento sustentável. 20

A década de 90 inicia-se com uma nova realidade entre as nações: a queda do muro de Berlim assinala a substituição definitiva do confronto Leste-Oeste pelo embate Norte-Sul, colocando a questão ambiental como um dos itens fundamentais da agenda internacional. 23

Na história das lutas ambientais, as ONGs ocupam lugar de destaque desde os anos 60. Já no inicio dessa década, no ano de 1960, um grupo dos mais importantes conservacionistas decidiu criar um organização que se manteria pela coleta de fundos e procuraria materializar as idéias da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) com projetos em todo o mundo. Reunidos em Morges na Suíça, assinaram o que mais tarde seria conhecido como o Manifesto de Morges e que se constitui na base ideológica da organização criada em setembro de 1961, o World Wildlife Fund (WWF). 25

A partir dos anos 60-70, as ONGs ambientalistas, com recursos muito limitados, compensados por grandes doses de criatividade e convicção, conseguiram chamar a atenção da sociedade e dos governantes sobre os perigos que estávamos correndo divido à exploração predatória dos recursos naturais e pela poluição dos diversos ambientes do planeta.25

No último decênio do século XX, consolida-se uma nova visão de desenvolvimento que não somente envolve o meio ambiente natural, mas também inclui os aspectos socioculturais numa posição de destaque, revelando que a qualidade de vida dos seres vivos humanos passa a ser a condição para o progresso. As propostas de desenvolvimento sustentável estão baseadas na perspectiva de utilização atual dos recursos naturais desde que sejam preservados para as gerações futuras. 30

No contexto do documento (Nosso Futuro Comum – Comissão Brundtland) fica explícito que o principal objetivo do desenvolvimento sustentável é satisfazer às necessidades e aspirações humanas, e que, em sua essência, ele:
“é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas”.31

Resultam daí os principais objetivos das políticas ambientais de desenvolvimentistas, que em síntese são:
a) retomar o crescimento;
b) alterar a qualidade do desenvolvimento;
c) atender às necessidades essenciais de emprego, alimentação, energia,água e saneamento;
d) manter o nível populacional sustentável;
e) conservar e melhorar a base de recursos;
f) reorientar a tecnologia e administrar o risco;
g) incluir o meio ambiente e a economia no processo de tomada de decisões. 32

A passagem de um modelo de desenvolvimento predatório a um sustentável que mantenha a harmonia com a natureza tem múltiplas implicações. Implica modificar nossa visão e relação com a natureza: esta não é somente uma fonte de matérias-primas, mas também é o ambiente necessário para a existência humana. Envolve um manejo racional dos recursos naturais e também modificar a organização produtiva e social que produz e reproduz a desigualdade e a pobreza, assim como as práticas produtivas predatórias e a criação de novas relações sociais, cujo eixo já não será a ânsia de lucro, mas o bem-estar humano. 33

Ano
Acontecimento
Observação
1962

Publicação do livro Primavera Silenciosa
Livro publicado por Rachel Carson que teve grande repercussão na opinião pública e expunha os perigos do inseticida DDT.
1968
Criação do Clube de Roma
Organização informal cujo objetivo era promover o entendimento dos componentes variados, mas interdependentes – econômicos, políticos, naturais e sociais –, que formam o sistema global.
1968
Conferência da UNESCO sobre a conservação e o uso racional dos recursos da biosfera.
Nessa reunião, em Paris, forma lançadas as bases para a criação do Programa: Homem e a Biosfera (MAB).
1971
Criação do Programa MAB da UNESCO
Programa de pesquisa no campo das Ciências Naturais e sociais para a conservação da biodiversidade e para a melhoria das relações entre o homem e o meio ambiente.
1972
Publicação do Livro Os limites do crescimento.
Informe apresentado pelo Clube de Roma no qual previa que as tendências que imperavam até então conduziriam a uma escassez catastróficas dos recursos naturais e a níveis perigosos de contaminação num prazo de 100 anos.
1972
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em Estocolmo, Suécia.
A primeira manifestação dos governos de todo o mundo com as conseqüências da economia sobre o meio ambiente. Participaram 113 Estados membros da ONU. Um dos resultados do evento foi a criação do Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (PNUMA).
1980
I Estratégia Mundial para a Conservação
A IUCN, com a colaboração do PNUMA e do World Wildlife Fund (WWF), adota um plano de longo prazo para conservar os recursos biológicos do planeta. No documento aparece pela primeira vez o conceito de “desenvolvimento sustentável”.
1983
É formada pela ONU a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD)
Presidida pela primeira-ministra da noruega, Gro Harlem Brundtland, tinha como objetivo examinar as relações entre o meio ambiente e o desenvolvimento e apresentar propostas viáveis.
1987
É publicado o informe Brundtland, o “Nosso Futuro Comum”
Um dos mais importantes sobre a questão ambiental e o desenvolvimento. Vincula estreitamente economia e ecologia e estabelece o eixo em torno do qual se deve discutir o desenvolvimento, formalizando o conceito de desenvolvimento sustentável.
1991
II Estratégia Mundial para a Conservação: “Cuidando da Terra”
Documento conjunto do IUNC, PNUMA e WWF, mais abrangente que o formulado anteriormente; baseado no Informe Brundtland, preconiza o reforço dos níveis políticos e sociais para a construção de uma sociedade mais estável.
1992
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, ou Cúpula da Terra.
Realizada no Rio de Janeiro, constitui-se no mais importante foro mundial já realizado. Abordou novas perspectivas globais e de integração da questão ambiental planetária e definiu mais concretamente o modelo de desenvolvimento sustentável. Participam 170 Estados, que aprovaram a Declaração do Rio e mais quatro documentos, entre os quais a Agenda 21.
1997
Rio+5
Realizada em New York, teve como objetivo analisar a implementação do Programa da Agenda 21.
2000
I Foro Mundial de âmbito Ministerial – Malmo (Suécia)
Teve como resultado a aprovação da Declaração de Malmo, que examina novas qustões ambientais para o século XXI e adota compromissos no sentido de contribuir mais efetivamente para o desenvolvimento sustentável.
2002
Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável – Rio+10
Realizada em Johannesburgo, nos meses de agosto e setembro, procurou examinar se foram alcançadas as metas estabelecidas pela Conferência Rio-92 e serviu para que os Estados reiterassem seu compromisso com os princípios do Desenvolvimento Sustentável.
Pg 35-6-7

Em abril de 1998, no Brasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) define e publica sua Declaração de Princípios da Indústria para o Desenvolvimento Sustentável.

Promover a efetiva participação proativa do setor industrial, em conjunto com a sociedade, os parlamentares, o governo e organizações não governamentais no sentido de desenvolver e aperfeiçoar leis, regulamentos e padrões ambientais.
Exercer a liderança empresarial, junto à sociedade, em relação aos assuntos ambientais.
Incrementar a competitividade da indústria brasileira, respeitados os conceitos de desenvolvimento sustentável e o suo racional dos recursos naturais e de energia.
Promover melhoria contínua e o aperfeiçoamento dos sistemas de gerenciamento ambiental, saúde e segurança do trabalho nas empresas.
Promover a monitoração e a avaliação dos processos e dos parâmetros ambientais nas empresas. Antecipar a análise e os estudos das questões que possam causar problemas ao meio ambiente e à saúde humana, bom como implementar ações apropriadas para proteger o meio ambiente.
Apoiar e reconhecer a importância do envolvimento contínuo e permanente dos trabalhadores e do comprometimento da supervisão nas empresas, assegurando que os mesmos tenham o conhecimento e o treinamento necessários com relação às questões ambientais.
Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias limpas, com o objetivo de reduzir ou eliminar impactos adversos ao meio ambiente e à saúde da comunidade.
Estimular o relacionamento e as parcerias do setor privado com o governo e com a sociedade em geral, na busca do desenvolvimento sustentável, bem como na melhoria contínua dos processos de comunicação.
Estimular as lideranças empresariais a agir permanentemente junto à sociedade com relação aos assuntos ambientais.
Incentivar o desenvolvimento e o fornecimento de produtos e serviços que não produzam impactos inadequados ao meio ambiente e a saúde da comunidade.
Promover a máxima divulgação e conhecimento da Agenda-21 e estimular sua implementação.
Fonte: CNI 2002.
Pg 39

O desenvolvimento sustentável nas organizações apresenta três dimensões que são: a econômica, a social e ambiental. Do ponto de vista econômica, a sustentabilidade prevê que as empresas têm que ser economicamente viáveis... Em termos sociais, a empresa deve satisfazer aos requisitos de proporcionar as melhores condições de trabalho aos seus empregados, procurando contemplar a diversidade cultural existente na sociedade em que atua, além de propiciar oportunidade aos deficientes de modo geral... Do ponto de vista ambiental, deve a organização pautar-se pela eco-eficiência dos seus processos produtivos, adotar a produção mais limpa, oferecer condições para o desenvolvimento de uma cultura ambiental organizacional, adotar uma postura de responsabilidade ambiental...39-40

Quando se explora o meio ambiente, que é um bem comum, buscando o benefício privado, podem ser causados impactos ambientais que afetam negativamente o bem-estar de outras pessoas que não têm relação com quem os gera. Estes impactos constituem custos externos, ou externalidades, para as empresas. 46

A legislação ambiental, juntamente com as instituições ambientais e as atividades de controle de contaminação realizadas por estas em todos os níveis, limitam a liberdade da empresa para contaminar. O Estado utiliza esses instrumentos legais com o objetivo de proteger a saúde das pessoas e o bem comum, representado pelo ambiente natural e os benefícios que causa à sociedade mais geral. 47

Entre as vantagens competitivas da gestão ambiental, podemos identificar as seguintes:
Com o cumprimento das exigências normativas, há melhora do desempenho ambiental de uma empresa, abrindo-se a possibilidade de maior inserção num mercado cada vez mais exigente em termos ecológicos, com a mlhoria da imagem junto aos clientes e a comunidade;
Adotando um design do produto de acordo com as exigências ambientais, é possível torná-la mais flexível do ponto de vista de instalação e operação, com um custo menor e uma vida útil maior; 52

Na gestão ambiental de processos, as principais ferramentas com as quais se obtém os melhores resultados são as tecnologias ambientais, com destaque para a Produção Mais Limpa, que traz melhores resultados competitivos, além da certificação de processos, quem em alguns setores é essencial. Em relação à gestão de produtos, as principais ferramentas são a análise do ciclo de vida, a certificação dos produtos (selos ecológicos) e o ecodesign. 55

Ecodesign , que pode ser definido como “um conjunto específico de práticas de projeto, orientadas para a criação de produtos e processos ecoeficientes, respeitando-se os objetivos ambientais, de saúde e segurança durante todo o ciclo de vida destes produtos e processos. 55

País
Selo
Ano de início
Comunidade Européia
Ecolabel
1992
Suécia
Enveronmental Choice
1990
Suécia
Nordic Swan
1986
Canadá
Ecological Choice
1988
Alemanha
Blue Angel
1977
EUA
Green Seal
1990
Japão
Eco-Mark
1989
França
NF Environment
1989
Fonte: Adaptado de EPELBAUM (2004), que se baseou em OECD (1997)

De acordo com a resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), considera-se impacto ambiental:
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causadas por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas, que direta ou indiretamente afetam:
A saúde, a segurança e o bem-estar da população;
As atividades sociais e econômicas;
A biota;
As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
A qualidade dos recursos ambientais. 62

A legislação brasileira prevê que
“a localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimento e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetivas ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental. 63

A licença ambiental, para ser obtida, dependerá de Estudo prévio do Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (RIMA). 63

Segundo resolução do CONAMA de 1997 do seguinte modo:
I – Licença Prévia (LP): concedida na fase preliminar do planejamento de empreendimento ou atividade, aprovando sua localizaçao e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;

II – Licença de Instalação (LI): autoriza a instalação de empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, das quais constituem motivo determinante;

III – Licença de Operação (LO): autoriza a operação de atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. 63-4

A partir do envolvimento da humanidade com a questão ambiental, às empresas tem sido reputado o papel de vilãs da sociedade, como as grandes responsáveis do processo de degradação do ambiente rural. 68

O agravamento das condições ambientais provocou ao mesmo tempo aumento da consciência dos cidadãos sobre a importância do meio ambiente natural... as empresas além disso, são as responsáveis indiretas pelo crescimento do interesse pelo meio ambiente, pois foram as causadoras dos principais desastres ambientais do século XX que despertaram, de algum modo, a consciência coletiva para esses problemas. 69

O Brasil, principalmente a partir de 1960, passou por um intenso ritmo de industrialização, com o conseqüente aumento da população nas área urbnas, o que provocou intensificação dos impactos no meio ambiente. Principalmente em áreas industrializadas, como Cubatão, Volta Redonda, ABC Paulista, é que a questão ambiental começou a ser sentida com mais intensidade, entre outros motivos, em razão do fenômeno da concentração de atividades urbanas e industriais. 84

Do ponto de vista, gestão ambiental é a expressão utilizada para se denominar a gestão empresarial que se orienta para evitar, na medida do possível, problemas para o meio ambiente... A gestão ambiental é o principal instrumento para se obter um desenvolvimento industrial sustentável. 89

As normas ISSO são normas ou padrões desenvolvidas pela International Organization for Standartization (ISO), organismo internacional não governamental com sede em Genebra. No Brasil, a única representante da ISO e um dos seus fundadores é a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)... 91

Famílias de normas NBR ISO 14000
ISO 14001
Sistema de Gestão Ambiental (SGA) – Especificação para implantação e guia.
ISO 14004
Sistema de Gestão Ambiental (SGA) – Diretrizes gerais
ISO 14010
Guia para Auditoria Ambiental – Diretrizes gerais.
ISO 14011
Diretrizes para Auditoria Ambiental e Procedimentos para Auditorias
ISO 14012
Diretrizes para Auditoria Ambiental e Procedimentos para Auditorias
ISO 14020
Rotulagem Ambiental – Princípios Básicos
ISO 14021
Rotulagem Ambiental – Termos e Definições
ISO 14022
Rotulagem Ambiental – Simbologia para Rótulos
ISO 14023
Rotulagem Ambiental – Testes e Metodologias de Verificação
ISO 14024
Rotulagem Ambiental – Guia para Certificação com Base em Análise Multicriterial
ISO 14031
Avaliação da Performance Ambiental
ISO 14032
Avaliação da Performance Ambiental dos Sistemas de Operadores
ISO 14040
Análise do Ciclo de Vida – Princípios Gerais
ISO 14041
Análise do Ciclo de Vida – Inventário
ISO 14042
Análise do Ciclo de Vida – Análise de Impactos
ISO 14043
Análise do Ciclo de Vida – Migração de Impactos
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)

O desenvolvimento de uma cultura ambiental integrada com a cultura organizacional pode ser limitado pelas exigências do grupo empresarial que são, fundamentalmente econômicas, exigindo rentabilidade. 100

Com a construção de um sistema econômico mundial a partir das grandes navegações iniciadas no século XV, que resultaram na incorporação de nova regiões à economia européia, como a América e o Sudeste Asiático, o homem acelerou seu processo de exploração da natureza para atender à demanda de novos produtos pelas populações européias. 102

A intensificação do comércio internacional a partir da Revolução Industrial no século XIII gerou um incremento da exploração predatória do ambiente natural nos países colonizados, que tinham suas riquezas naturais extraídas sem nenhuma preocupação com a sua reposição... O quadro não se alterou até a segunda metade do século XX, quando cresceu a preocupação com as modificações geradas pelo comércio internacional... 103

Quando o Mercosul foi formalmente constituído pelo Tratado de Assunção (1991), o debate acerca de dos problemas ambientais globais estava em ascensão... No Tratado de Assunção, a temática ambiental aparece em seu preâmbulo no qual os Estados-partes que constituem o Mercosul consideram “que a ampliação das atuais dimensões de seus mercados nacionais, através de integração, constitui condição fundamental paa acelerar seus processos de desenvolvimento econômico com justiça social”... 109

Principais gases responsáveis pelo efeito estufa
Gás
Duração
Origem
Dióxido de Carbono
(CO2)
120 anos
Natural: oceanos, decomposição vegetal e respiração animal.
Humana: combustível fósseis (carvão, petróleo e gás).
Metano
(CH4)
10 anos
Natural: decomposição vegetal ou animal.
Humana: resíduos gasosos, gado e produção de petróleo.
Óxido Nitroso
(N2O)
150 anos
Natural: decomposição sob a terra.
Humana: fabricação de fertilizantes e combustão de petróleo.
Fonte: departamento de Energia dos EUA

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