sábado, 16 de agosto de 2008

TOFFLER, Alvin. A empresa flexível. Tradução: Pinheiro de Lemos. 7ª edição. Rio de Janeiro: Record, 1997.

Algumas empresas se encontram além da salvação; são dinossauros burocráticos. São as empresas não-flexiveis, incapazes de se adaptarem, muitas das quais desaparecerão até a não tão distante passagem do século. 11

A empresa flexível, portanto, exige uma nova espécie de liderança. Precisa de “executivos de adaptação”, dotados de todo um conjunto de talentos novos e não-lineares. 12

Enquanto no passado muitos executivos podiam alcançar o sucesso pela imitação da estratégia ou modelo organizacional de outra empresa, o dirigente de hoje é forçado a inventar, e não a copiar: não há estratégias ou modelos infalíveis para seguir. 12

Há duas décadas, quando eu (e uns poucos outros) adverti que o fim da Civilização Industrial estava próximo, a declaração parecia melodramática. Agora, à medida que mais e mais chaminés de fábricas desmoronam ao nosso redor, sociólogos, historiadores – e executivos – chegam a mesma conclusão. 13

É preciso ser cego pra ignorar que alguma coisa extraordinária está acontecendo a todo o nosso sistema de vida. A rápida expansão dos microcomputadores... biotecnologia... a eletronicização do dinheiro... a convergência de computação e telecomunicações... a criação de novos e espantosos materiais... a corrida para o espaço exterior... a inteligência artificial – todos esses avanços tecnológicos são acompanhados por mudanças sociais, demográficas e políticas igualmente importantes. Isso decorre da transformação da vida familiar e do ‘envelhecimento’ da população em países prósperos, do conflito pelos dados transnacionais e da difusão global de armamentos letais. 13

Na verdade, a primeira regra da sobrevivência é bem clara: nada é mais perigoso do que o sucesso de ontem. 14

Na verdade, estamos testemunhando a mais rápida, complexa e ampla reestruturação empresarial da história moderna. 15

O meio determina quais talentos específicos são mais necessários num dado momento. Infelizmente, um executivo incrementalista muitas vezes chega ao topo do comando justamente no momento em que uma explosão do meio exige os talentos do radical. A incompatibilidade é muitas vezes catastrófica. 38

Ainda não é possível projetar a empresa do futuro. Mas é possível analisar algumas das forças que a moldarão. 39

Mergulhado numa crise financeira, o sistema tradicional de educação superior não pode mais proporcionar os serviços diversificados que lhe são exigidos. A demanda por serviços educacionais especializados, instrução individualizada e novos tipos de cursos criou fortes pressões. A admissão de alunos no sistema de ‘universidade aberta’ e os programas especiais, para os negros acarretam acusações de que a qualidade está deteriorando (embora a qualidade nunca seja bem definida). Muitas escolas particulares se encontram à beira da falência e, apesar de uma trégua nos protestos, os consumidores – nesse caso, os estudantes – permanecem fundamentalmente insatisfeitos com um sistema que se tornou obsoleto. 42

Em Nova York e outros grandes centros urbanos os sistemas de prestação de serviços essenciais estão entrando em colapso sob pressão. O sistema educacional não mais atende à demanda. O sistema sanitário perde terreno. Os serviços médicos estão sobrecarregados e se deteriorando. O sistema de transporte – metrô, ônibus ou carro – está cada vez mais dispendioso e quase impossível. 42

Ao introduzir novas tecnologias no sistema industrial – como transistor, por exemplo – acelerou consideravelmente o ritmo geral de mudança e contribuiu para a desestabilizar o sistema anterior. 43

Se não se mantém alerta, qualquer companhia pode se descobrir de repente com máquinas obsoletas. Mas idéias enferrujadas são ainda mais perigosas do que máquinas enferrujadas. No ambiente de mudança acelerada de nossos dias, alguma corporação pode permanecer realmente flexível se ainda opera com as convicções de ontem? 46

Assim é importante compreender que a padronização é profunda. Não apenas o produto final se tornou padronizado, mas também os métodos para sua produção, distribuição e serviço, os procedimentos de trabalho e as formas de organização. 49

Cada companhia testemunha a diversificação de seus mercados. 53

No setor comercial, a introdução dos aparelhos múltiplos, e outros sistemas cada vez mais complexos de comunicações internas, acarretou a mesma diversificação dos produtos domésticos. A multiplicação de exigências especiais no mercado comercial foi consideravelmente acelerada pelo rápido desenvolvimento da indústria de computação. 56

Não há praticamente nenhum empreendimento hoje que não esteja multiplicando os tipos, modelos, marcas, tamanhos e outras variações em suas linhas de produtos. A industria da moda oferece apenas o exemplo mais notório. Em vez de uma única “moda” padronizada, há agora uma fantástica variedade de vestimentas aceitáveis. 72

A criação de “universidades livres”, “escolas abertas” e luta de grupos negros, mexicanos, ou portoriquenhos para o “controle comunitário” dos sistemas escolares locais são indícios adicionais da pressão para a despadronização. 74

Assim, no mercado consumidor, na educação, nos meios de comunicação, na política e em muitos outros campos, as mesmas pressões intensas são evidentes. Essa pressões para a despadronização, operando simultaneamente em diferentes indústrias e esferas de ação, constituem uma parte importante da Revolução Superindustrial. 76

Antes da Revolução Industrial, as camisas de homens, por exemplo, eram criadas, uma de cada vez, por processos artesanais, numa base não padronizada. Não havia duas idênticas. Cada uma era produzida para se ajustar a um único e específico indivíduo. 79

Um comentário:

Unknown disse...

ta bom o fichamento mas ta incompleto